segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Rafinha Bastos e a censura.


Eu não ia falar sobre isso, sério. Nunca gostei do Rafael (ou Rafinha como ele é melhor conhecido) Bastos e seus shows de stand up no "estilo americano" não me agradam. Sei lá, falta muita coisa nele para ser engraçado, ele é agressivo mas sem o humor, coisa por exemplo que você vê no Away Nilzer que consegue ser engraçado e agressivo e por incrível que pareça menos ofensivo que o Rafinha.



Mas...

Também acho que os últimos acontecimentos ocorridos com ele tem virando censura pura e até mais, indo para as raias da perseguição. Proibido recentemente pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a vender seu DVD, por conta de piadas relacionados a portadores de deficiências físicas e mentais e também envolver nelas o nome da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais). Além disso em seus shows ele está proíbido de fazer qualquer menção deles em suas piadas.

Bom, acho justo quem se ofendeu de ir atrás de seus direitos, mas acredito que proíbir em rede nacional uma mídia com um conteúdo que expresse algo de um artista, para o bem, ou para o mal, algo digno da Ditadura Militar que tanto é criticada pelos nosso atuais governantes (que eram a oposição naquela época). Não que eu ache o DVD dele bom, quem pegou de graça no protesto que ele fez no Domingo distribuindo na rua pelo próprio Rafael Bastos, não tem dado uma crítica muito positiva a mídia proíbida.

O problema é que o Rafael mexeu com gente influente e poderosa que pelo visto não vai ter sossego enquanto não acabar com ele. Quem semeia vento, colhe tempestade, principalmente no Brasil a terra do "você sabe quem está falando?" (a conhecida carteirada).

Só pra informar: Vocês sabiam que nos anos 70 e inicio dos anos 80 os Trapalhões (sim, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias) faziam piadas direto com insinuações sexuais, com negros (muitas feitas pelo próprio Musum!), gays, piadas de cunho machista entre outras coisas? Pois é, que eu saiba não levaram nenhum processo até hoje.

Aí chegamos a duas conclusões:

1- Eles sabiam fazer humor de verdade
2- Povo se ofendia menos naquela época.

Ou seja, sem dois pesos e duas medidas para os dois lados. E sem censura! Já me basta o que os gringos querem fazer com o ACTA e leis parecidas (e os brasileiros também, com a Lei Azeredo). Repudio sim a censura como todo autor e todo cidadão sensato faria. Só por isso que postei isso aqui, não porque me simpatizo com o Rafael Bastos (pelo contrário).

OBS: E Trapalhões dos anos 70 e 80 dava de 10 a 0 em 90% do humorismo atual, pena que metade do elenco morreu, e a outra metade já se aposentou. :)

Um comentário:

Luciano disse...

Pois é... eu sou outro que não vê graça alguma neles.

Mas quer ver algo interessante? Alguém que sabia ser engraçado, fazer as pessoas rirem sem apelar para o baixo nível?

José de Vasconcelos!

Se não conhece, procure alguns dos discos de piadas dele, é bem antigo e tem em MP3 por ai. Ouça. Recomendo o "José Vasconcelos - A Hora e a Vez do Riso".

Ouça e veja o que ser engraçado sem ter que apelar.